CASAMENTO CAIPIRA EM CORDEL ARRAIÁ DA CHAPEUZINHO.
NARRADOR:
Nois aqui do Arraiá do Chapeuzinho
Viemo pra modi faze casá
O trabaido Zé preguiça
Coa Sinhá Ritinha Sovaco de Gambá
O povo tá
esperano
Com porco cuzido e linguiça,
A noiva tá no artar
Só farta chegar o Ze preguiça
NOIVA: Ai meu Santo Antonho,
Quê dê o meu Zé Preguiça?
Será que vai me deixa
No caritó a vê carniça?
Com porco cuzido e linguiça,
A noiva tá no artar
Só farta chegar o Ze preguiça
NOIVA: Ai meu Santo Antonho,
Quê dê o meu Zé Preguiça?
Será que vai me deixa
No caritó a vê carniça?
NARRADOR: Zé Priguiça é cabra de palavra,
Até que pensou di separá...
Mas se ele fizé isso,
Vai se vê com o seu Patrocinio Vatapá
NOIVO: Oxente, minha Ritinha Sovaco de Gambá
Ainda ta aí a me esperá ?
Magina se eu ia deixar ocê,
Prantada nesse artar!
Magina se eu ia deixar ocê,
Prantada nesse artar!
NOIVA: Eu sei meu beja-fulô di bananeira
Que a mim tu tem bemquere!
O delegado só tá aqui
Pra modi protege eu e ocê
NOIVO: Vamos seu padre!
Case nois aqui e agora...
Não tem trabuco que impeça,
Di minha mãe te uma nora
NARRADOR: O padre já cansado,
Não qué mais perder tempo!
Chama os dois pra frente,
Pra modi faze o juramento.
Sinhô trabaiado Zé Priguiça
PADRE: Dá um chego prá cá,
Trais com ocê a sinhá mais cherosa
Ritinha Sovaco de
Gambá
NARRADOR Mas com essa felicidade
Arguém qué acabá
Então lá vem Maria Bretera
O seu veneno jogá
MARIA
BRETERA. Ô Zé Priguiça sei lá de que!
Nesse casório vô infiá a cuié
Ocê imbuxa eu
Nesse casório vô infiá a cuié
Ocê imbuxa eu
E vai casá co’
outra muié?
NOIVO: Mai eu nunca vi ocê,
Nem na novena, nem na carniça.
Esse bacuri não é meu,
Essa muié é uma bisca!
NOIVA: Ah!!! Zé Priguiça!
Ocê vai te que se explicá...!
Donde vem essa muié,
Pra impidi nóis de casá?!
PAI DA NOIVA: Ah!!! Mai vai memo!
Só que não é pra mim nem a pro ocê.
É cum delegado da puliça,
Que esse cabra vai se entendê!
NARRADOR: O coração do Zé Priguiça dispara
Suas pernas treme que nem vara
Inté que chega uma moça
Que decidida sorta a fala.
AMIGA DA OUTRA:
Onti memo eu vi ocê,
Sua barriga só tinha banha.
Vamos logo de uma vez,
Acabe com essa poca vergonha!
Ocê qué é o noivo
da Ritinha
Cum medo do caritó
Esse bucho teu é farso
Comprado lá no brechó
DELEGADO: Parem ou eu atiro! (aponta a arma)
Chega di fazê causinho Vamo casá os
noivos
Aqui no Arraiá da Chapeuzinho
E ocê Maria Bretera
Fia da dona
Chicó
Vai curti o seu
ciúme
Posano no xilindró
NOIVO: Eu não te disse minha popozuda,
Que só tenho zoio pro ocê!
Seu padre, case nois logo,
Que a gente
qué come!
NARRADOR: E assim continua o casório,
Noivo e noiva no artar.
O padre não se demora,
Pra mais nada atrapaiá.
PADRE
NARRADOR: E assim continua o casório,
Noivo e noiva no artar.
O padre não se demora,
Pra mais nada atrapaiá.
PADRE
Ritinha
Sovaco de Gambá
Com o Zé Priguiça oce qué casá?
Zé Priguiça, qué casá co a
Ritinha Sovaco de Gamba
Então oceis tão casado.Já pode festá no Arraiá
Pode beijá a
noiva (faz o sinal da cruz e diz:)
Não se faça
derrogado
Tão casados,
bem casados
Pelo padre e o
delegado
NOIVO: Oh! Minha Cherosa Ritinha eu não vejo a hora
NOIVO: Oh! Minha Cherosa Ritinha eu não vejo a hora
De vê ocê fazeno meu armoço ,e cuano o meu café
Pegano a minha tuaia e água quente
Pra modi lava o meu xulé,
NOIVA: Oxente! Home abusado
É só pra isso que ocê
me qué?
Prá sê sua impregada
Prá sê sua impregada
Ou prá sê sua muié
NOIVO: Não! Nóis vai fazê muitos bacuri
que vai cresce barrigudinho
E depois nois vai mandá
Tudo prá estudá na Chapeuzinho;
E vamo prá festança... Sorta o fole gaitero!!! Dançar uma pequena quadrilha,
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